Parceria Aliexpress e Magazine Luiza: Magalu foi comprada?

Parceria Aliexpress e Magazine Luiza: Magalu foi comprada?

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  • 25 de junho de 2024
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Acordo AliExpress e Magalu une 60 milhões de clientes.

Neste artigo iremos ver:

Como será na pratica a parceria do Aliexpress e Magazine Luiza?

Qual Tamanho do Magalu;

O Tamanho do Aliexpress;

Tamanho da parceria Magalu e Aliexpress;

Por que a Magazine Luiz fez parceria com o aliexpress?

Agrupamento das ações;

Crise recente e atual;

Cenário financeiro atual do Magazine Luiza;

Quais são as expectativas para o futuro do Magalu?

É hora de comprar a ação da empresa?

Quais os motivos da crise do varejo e do Magalu?

A parceria pode prejudicar o consumidor?

Se não dá para ganhar deles, junte-se a eles. Essa foi a frase mais dita no mercado após a divulgação da parceria. Após a divulgação da parceria Aliexpress e Magazine Luiza as redes sociais se questionaram se o Aliexpress havia comprado a Magazine Luiza (MGLU3).

Ao saber da cooperação entre as empresas, os clientes criaram o termo MagAli, uma alusão aos nomes Magalu e Aliexpress. Nome não oficial é claro, já que as empresas continuam totalmente independentes.

O Magazine Luiza (MGLU3) comunicou ontem, que fechou um acordo inédito com a plataforma chinesa Aliexpress. No acordo o consumidor poderá comprar seus produtos em ambos os marketplaces.

As ações da Magalu (MGLU3) registraram forte alta de 12,85% em sua máxima no dia 24 de junho de 2024, após divulgação da parceria ao mercado. O valor da ação MGLU3 chegou a ser negociada em R$ 12,16

Em um comunicado ao mercado a companhia declarou:

“Um acordo desse tipo é inédito para ambas as empresas. É a primeira vez que o Alibaba, por meio do Aliexpress –uma das maiores empresas de e-commerce do mundo– faz um acordo estratégico com uma empresa fora da China. Para o Magalu, é a primeira vez que seus produtos serão listados e vendidos por meio de outra plataforma de marketplace”

Eis a íntegra do comunicado (PDF – 173 kb)

MGLU3_ComunicadoaoMercado_20240624-Parceria_Alibaba-2

Como será na pratica a parceria da Magalu com o Aliexpress?

Com a parceria, o Aliexpress passará a vender seus produtos do marketplace do Magazine Luiza. Por outro lado, a MGLU3 também venderá seus produtos no site brasileiro do Aliexpress, pertencente ao grupo chinês Alibaba.

loja magalu
loja magalu

Tamanho do Magalu

Criado na década de 50, em Franca, no interior de São Paulo. O grupo Magalu (MGLU3), é dono da Netshoes, Zattini, Época Cosméticos, Estante Virtual, Kabum, Consórcio Magalu, Luizacred, entre outras marcas.

A companhia possui 1.303 lojas físicas espalhadas em 20 estados brasileiros. Possui ainda 22 centros de distribuição, 13 mil motoristas e mais de 39 mil colaboradores.

A empresa é uma gigante do varejo brasileiro, em 2022, a soma de todas as vendas feitas pelo Magalu (online e offline) atingiu a marca de R$ 60,2 bilhões de reais.

Cabe ressaltar que desde 2016, o grupo é gerido por Frederico Trajano, filho de Luiza Helena Trajano, que hoje é presidente do Conselho de Administração.

Tamanho do Aliexpress

O Aliexpress é a plataforma de varejo on-line fundado em 2010, pertencente ao conglomerado chinês Alibaba Group, um gigante na China.

Com 250 milhões de compradores ativos na China, é responsável por 60% do volume de todas as entregas no país. É o site de e-commerce mais visitado na Rússia e foi o 10º site mais popular no Brasil.

O site facilita a venda de pequenas empresas para clientes ao redor do mundo.

Tamanho da parceria Aliexpress e Magazine Luiza

As duas plataformas têm juntas no Brasil mais de 700 milhões de visitas por mês e mais de 60 milhões de clientes ativos.

Taxação no Aliexpress, Shein e Shopee
Taxação no Aliexpress, Shein e Shopee

Por que da parceria Aliexpress e Magazine Luiza?

É de conhecimento de todos que o Magalu vinha tendo dificuldades para competir com o crescimento do Mercado Livre.

O Mercado Livre vinha sedo uma das poucas empresas do varejo brasileiros que estava crescendo de forma constante.

Dessa forma, a parceria com o alixpress veio para enfrentar a concorrência do Mercado Livre.

O Alixpress também sai ganhando com cooperação entre as empresas. Com a parceria o Aliexpress pode evitar o crescimento dos demais sites estrangeiros no Brasil, como Amazon, Shein, Shopee e Temu. Esse último está entrando no Brasil com forte apetite.

Ainda do lado do Aliexpress a parceria vem contribuir com a possível perda de receita por conta da tributação das compras internacionais em 20%.

Agrupamento das ações

Em abril a Magazine Luiza aprovou grupamento de suas ações na proporção de 10 para 1. O grupamento ocorreu sem alteração no seu capital social, que na época era de R$ 13,802 bilhões.

Com o agrupamento a empresa passou a ter 738.995.248 milhões de ações, sendo 47% desse total de posse dos seus controladores.

42% das ações das empresas (313.400.212) estão em circulação no mercado.

O grupamento começou a valer a partir do pregão do dia 27 de maio.

Na prática, quem tinha 10 ações da empresa possui hoje apenas uma, com um valor correspondente a 10 ações iniciais.

Exemplo: Se no dia anterior ao agrupamento o investidor tinha 10 ações no valor de R$ 1,00 cada. Após o agrupamento o investidor passou a ter apenas uma ação no valor de R$ 10,00. Mantendo assim o valor do seu patrimônio.

Crise recente e atual

Somente em 2024 as ações da empresa já derreteram quase 43,99% na Bolsa.

A varejista (MGLU3) enfrentou recentemente uma crise financeira muito grave. O valor da ação da empresa alcançou preços muito baixos nos últimos anos, com quedas recordes na Bovespa.

Em 2024 a ação chegou a custar R$ 1,06 antes do grupamento. Valor esse próximo do patamar de preços de 2017.

Aplicativo Magalu
Aplicativo Magalu

Cenário financeiro atual do Magazine Luiza

O cenário para o varejo mudou de desfavorável para favorável. Mas há inda problemas estruturais que impossibilitam uma decolagem do setor.

Endividamento dos consumidores e juros altos, fazem com que as vendas dos varejistas em geral não cresçam como esperado.

A empresa reverteu prejuízo e lucrou R$ 27,9 milhões no 1º trimestre de 2024. De acordo com o balanço divulgado, parte desse resultado foi atribuído ao aumento anual nas vendas totais, em cerca de 3,1%, que subiram para R$ 16,02 bilhões.

Outro destaque positivo foi as vendas das lojas físicas do Magazine Luiza, que alcançaram a marca de R$ 5 bilhões no 1º trimestre de 2024, o que representa um crescimento de 8% em relação ao mesmo período de 2023.

Com a parceira Aliexpress e Magazine, quais as expectativas para o futuro?

O mercado tem a perspectiva de que não haja novos cortes na taxa básica de juros esse ano, o que pode prejudicar as vendas no Natal no setor.

A próxima reunião do Copom será nos dias 30 e 31 de julho de 2024 e é consenso no mercado que não haverá cortes na SELIC.

Em 2023 o varejo online no Brasil faturou R$ 185,70 bilhões e a expectativa é que feche 2024 com R$ 204 bilhões de receita. Isso segundo dados da Abcom (Associação Brasileira de Comercio Eletrônico).

É hora de comprar a ação da empresa?

Sempre quando uma ação fica muito barata, muitos investidores acreditam que é o momento de sair as compras.

A última alta nas ações foi extremante positiva para os investidores dos papeis. Todavia, apesar da alta, especialistas alertam para ter cautela ao considerar a compra de ações do Magazine Luiza neste momento.

É aconselham aguardar a divulgação do próximo balanço para verificar se a tendência de melhora nos resultados da empresa se confirma.

O momento ainda é extremamente delicado para o varejo. Em situação pior, está o grupo VIA, que por contas de grandes perdas divulgou plano de restruturação com fechamento de diversas lojas e demissões em massa. Como detalhamos em nosso artigo “As Casas Bahia estão falindo?”

Quais os motivos da crise do varejo e do Magalu?

Inflação

Especialistas do mercado declaram que a Inflação impactou as vendas das varejistas, principalmente as vendas de produtos de linha branca, eletrodomésticos, eletroeletrônicos e smartphones.

A inflação fez com que as vendas no varejo voltassem ao patamar de vendas de 2020, ou seja, de antes da pandemia de Covid-19.

Com a alta dos preços, a renda das famílias acabou perdendo poder de compra, diminuindo o consumo dos brasileiros.

Este cenário de inflação já é passado, pois atualmente a inflação está contida. O IPCA de maio foi de 0,46% e o acumulado nos últimos 12 meses é de 3,93%, dentro da meta de inflação do governo.

Saiba mais sobre inflação veja nosso artigo “O que é inflação? Conheça os principais índices de inflação do Brasil: IPCA, INPC, INCC, IGPM, tabela FIPE”

Já para conhecer mais o IPCA o ideal é ver nosso artigo “Qual IPCA hoje? Tabela IPCA 2024 completa e atualizada (Junho 2024)”

Juros altos

Outro fator dificultou a vida da Magalu e outras varejistas, colaborando ao setor entrar na crise atual foi a taxa de juros alta, que prejudica o setor de crédito, dificultando assim as vendas de TVs, geladeiras, fogões, computadores, celulares e outros.

Os juros altos também fez com que aumentasse o endividamento da empresa. Quando a taxa básica de juros (SELIC), estava baixa a empresa conseguia fazer empréstimos a taxas mais vantajosas.

No entanto, a SELIC chegou a 13,75% ao ano, o que aumentou o custo de financiamento da companhia. Atualmente a SELIC está 10,50% ao ano, o que ainda é muito alto para o comercio.

Inflação e Selic
Foto de Jakub Zerdzicki

Endividamento das famílias

Outra questão que dificulta a recuperação do varejo como o todo é o alto grau de endividamento das famílias brasileira.

O alto endividamento dos brasileiros aumentou o número de pessoas com o chamado “nome sujo”, impossibilitando assim, liberação de crédito para compras no varejo.

A parceria Aliexpress e Magazine Luiza pode prejudicar o consumidor?

A resposta não é fácil. O presidente da Abcom, Rodrigo Bandeira “Não acredita que a parceria pode prejudicar o consumidor por conta da diminuição da concorrência”.

Sua fala é baseada no momento atual do varejo online no Brasil, que ver um avanço de sites chineses.

Por outro lado, toda parceria entre gigantes pode trazer uma concentração de mercado que tem potencial de ser prejudicial para os consumidores.

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