Contents
O que é um fundo de investimento (FI)
Como funciona os FIs
Quem administra e gere um fundo
Regras gerais de investimentos dos fundos
Fundos Aberto x Fundos fechados
Tipos de Fundos de Investimentos
Tipo de gestão de um Fundo de Investimento (gestão passiva x gestão ativa)
Custos para investir em fundos de investimentos
Tributação dos rendimentos de FIs
Vantagens dos FIs
Desvantagens dos FIs
Como escolher um fundo de investimento
Como escolher um fundo de investimento
Como investir em FI na pratica
Fundo de investimento é um tipo de investimento coletivo, criado como se fosse um condomínio, só que formados por investidores e não por moradores. Os Fundos são formados por um conjunto de investidores (cotistas) que reúnem seus recursos para investir no mercado financeiro e de capitais visando lucro.
As decisões de onde e como investir é delegada a um gestor profissional, a gestora do fundo.
O patrimônio dos fundos é dividido em cotas. As cotas possuem um valor inicial definido na sua oferta primaria. No entanto, após o início das negociações, o valor das cotas pode subir ou cair, da mesma forma como ocorre no mercado de ações.
Cada fundo tem seu regulamento, que define regras de como o gestor pode investir os recursos do fundo.
Como o investimento em um fundo é uma aplicação coletiva, o lucro do fundo é dividido entre os cotistas na proporção da quantidade de cotas que cada investidor possui.
Nos FIs temos duas figuras muito importantes: o Administrador e o Gestor do fundo.
Administrador do fundo: Responsável pela criação e funcionamento do FI. É ele que aprova o regulamento que contém os objetivos do fundo e sua política de investimento.
Cabe também ao administrador prestar o atendimento aos cotistas.
Gestor do fundo: É o responsável pela tomada de decisão dos investimentos do fundo, de acordo com os limites e condições estabelecidos no regulamento criado pelo administrador.
É o gestor que decide quais investimentos serão realizados com o dinheiro dos cotistas. Assim, é o gestor que compra e vende ações, títulos públicos ou privados, compra moedas, imóveis, comodities, tudo de acordo com o regulamento.
Apesar da maioria das decisões serem tomadas pelo Administrador e o Gestor do fundo, há questões que somente podem ser decididas em uma assembleia geral de cotistas, como nos seguintes casos:
1) Alteração na política de investimento e no regulamento do fundo;
2) Aumento ou alteração na forma de cálculo das taxas de administração, de performance, de entrada e de saída; e
3) Substituição do administrador ou gestor do fundo;
4) Análise e deliberação sobre as demonstrações contábeis do fundo;
Vale ressaltar que, cotista ou grupo de cotistas, que possuam mais de 5% das cotas do fundo podem convocar uma assembleia geral.
1) Os fundos podem investir no máximo 20% do patrimônio em ativos de uma instituição financeira;
2) O limite é de até 10% do patrimônio para investimento em ativos de empresas de capital aberto e outros fundos;
3) O Limite é de 5% para os demais emissores;
4) Não há limite para investimento em títulos públicos federais;
5) Exigência legal de contratação de um auditor independente. Cabe a esse profissional auditar as demonstrações contábeis da carteira.
Quanto à possibilidade de resgatar o investimento somente do prazo determinado ou resgatar a qualquer momento existem dois tipos de fundos, os abertos e os fechados.
Fundo abertos: a aplicação e o resgate podem ser realizados a qualquer momento pelo investidor.
Fundos fechados: a aplicação e o resgate podem ser realizados somente no prazo determinado pelo regulamento do fundo, ou seja, não pode ocorrer resgate fora do prazo determinado.
Os fundos fechados somente podem aceitar investidores ou novos aportes de investidores antigos durante o “período de captação”. Finalizado esse prazo, não é permitido a entrada de novos investidores e nem novos aportes dos investidores antigos.
Existem diversos tipos de fundos de Investimentos. No geral, temos os fundos de renda fixa e os Fundos de renda Variável.
Os fundos de renda fixa podem ser do tipo DI (Nome vem da taxa DI ou CDI), fundo de renda fixa de crédito privado e fundo de debêntures.
Por sua vez, os fundos de renda variável se dividem em diversos tipos, como: Fundos de Ações, Fundos Imobiliários, Fundo Cambiais, Fundos Multimercados, fundos de previdência, dentre outros.
Os fundos de renda fixa devem, obrigatoriamente, investir no mínimo 80% dos recursos em papéis de renda fixa. Dessa forma, são Fundos que investem em papéis que pagam juros.
(Para maiores informações de Fundos de renda fixa clica aqui)
Um fundo de renda variável é um fundo que em sua carteira de investimentos possuem majoritariamente títulos de renda variável, a exemplo de ações, moedas, Commodities, dentre outros ativos.
Os fundos de previdência são fundos focados no longo prazo, afinal, o objetivo é gerar renda para a aposentadoria dos cotistas.
Os cotistas fazem contribuições ao fundo, ou uma contribuição unidade, ou até mesmo esporádicas, com o intuito de gerar e acumular capital que no futuro será transformado em renda na aposentadoria.
A frequência de contribuições depende da política de cada fundo. Há fundos com contribuições periódicas e com contribuição única.
Existem dois tipos de fundos de previdência, o PGBL ou VGBL.
PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre): tem benefício fiscal no Imposto de renda, ou seja, redução da base de cálculo do IRPF na declaração de imposto de renda pessoa física. O valor total pago de previdência do tipo PGBL é abatido do total, diminuindo assim a base de cálculo do imposto e por consequência o valor de imposto a pagar ou aumenta a restituição de imposto de renda do contribuinte.
Cabe ressaltar que, o valor a ser abatido é limitado ao teto de 12% da renda tributável.
VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre): não traz o benefício fiscal descrito acima, no entanto, a incidência de imposto de renda será somente sobre a rentabilidade, e não sobre o valor total do seu investimento como no PGBL.
Os FIIs são fundos de investimento que aplicam os recursos dos investidores na construção/compra de imóveis ou na compra de papéis do ramo imobiliário.
Esse investimento tem como objetivo receber aluguéis dos imóveis construídos, ou seja, um FII é um fundo de investimento focado em imóveis ou em ativos financeiros atrelados à títulos ou recebíveis imobiliários.
Os fundos de ações investem no mínimo 67% do seu patrimônio em ações de empresas negociadas em bolsa.
Para diversificar sua carteira, esses fundos podem investir o restante do patrimônio em outros tipos de ativos.
No mercado, há fundos focados em ações de grandes empresas, outros em empresas médias ou pequenas.
Fundos long only: são os fundos que operam ‘apenas comprados’, ou seja, compram ações para revender depois, não trabalhando com operações de venda a descoberto. São fundos que apostam na alta das ações.
Fundos long & short: São fundos que, além de operarem “comprados”, podem realizar operações de “venda a descoberto”, ou seja, alugam ações, vendendo-as para posterior compra, apostando assim na queda do papel. São fundos que, além de apostarem na alta das ações, também podem apostar na queda de algumas ações.
Os recursos do fundo são investidos em operações ‘comprada’, que lucra com a alta das ações, e outra parte ‘vendida’, que procura lucrar com a queda de preços das ações.
Fundos de ações internacionais: São fundos que investem em ações de empresas estrangeiras. Cabe ressaltar que, quem investe nesse tipo de fundo fica exposto a dois tipos de riscos, o riscos dos investimentos em si, as ações, e o risco cambial.
Fundos Cambiais: Os fundos cambiais investem acima de 80% do seu patrimônio em ativos relacionados a moedas estrangeiras, como o dólar, Euro, Libra, dentre outras.
Os fundos atrelados ao dólar são os mais procurados.
Para diversificar sua carteira, esses fundos podem investir o restante do patrimônio em outros tipos de ativos.
Fundos Multimercados: Os fundos multimercados possuem uma diversificação maior de seus investimentos, sem necessariamente ter a obrigação de investimento mínimo em determinado ativo ou classe de ativos.
Nesse caso, o fundo pode investir em renda fixa, em ações, em câmbio e outros ativos, sem exigência de investimento mínimo em cada setor desses.
Fundos de gestão passiva: São fundos que acompanham um índice, como o IBOVESPA. Assim, a gestora não necessita escolher quais investir, pois o fundo irá apenas comprar os papéis que fazem parte do índice IBOVESPA e na mesma proporção de cada ação no índice.
Se o IBOVESPA tiver 100 ações, esse fundo irá comprar as 100 ações. Ou seja, não há uma gestão ativa de onde investir.
Esses fundos, geralmente, cobram taxas de administração menores, quando comparados com os fundos de gestão ativa.
Fundos de gestão ativa: São fundos em que os ativos são escolhidos a partir de um processo ativo de análise de cada papel. Ou seja, o fundo não escolhe um índice aplicando-o em sua carteira de investimento.
Esses fundos, geralmente, possuem uma equipe de alocação dos investimentos maior e melhor qualificada e, por isso, tem custos maiores que acabam refletindo em maiores taxas de administração, além de poderem cobrar taxa de performance.
1) Taxa de administração: Taxa cobrada para arcar com os serviços de administração e gestão do fundo. Ela incide sobre o patrimônio do investidor. Quem deseja investir em fundos tem que sempre analisar o percentual da taxa de administração a ser cobrada;
2) Taxa de performance: Há fundos que cobram as taxas de performance, que são taxas cobradas quando o desempenho do fundo supera uma meta pré-estabelecida. Caso o fundo apenas bata a meta não haverá a cobrança da taxa de performance, caso a rentabilidade supere o indicador estabelecido haverá a cobrança desta taxa, que ficará com o gestor do fundo, como prêmio pelo desempenho;
3) Taxa de Saída: Há fundos que cobram essa taxa caso o investidor deseje resgatar seu dinheiro em um prazo menor que o prazo de resgate padrão do fundo.
Como na maioria dos investimentos, nos FIs há a incidência de imposto de renda. Há também a possibilidade de incidência de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Para efeitos de incidência de imposto de renda, existe a classificação dos fundos conforme segue:
1) Fundos de curto prazo: com vencimento com menos de 365 dias;
2) Fundos de longo prazo: com vencimento com mais de 365 dias; e
3) Fundos de ações: Fundos que investem no mínimo 67% do seu patrimônio em ações.
A incidência do imposto de renda ocorre sobre o rendimento, conforme as tabelas abaixo:
Prazo | IR a ser pago |
|
|
Até 180 dias | Alíquota de 22,5% |
Acima de 180 dias | Alíquota de 20% |
Prazo | IR a ser pago |
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Até 180 dias | Alíquota de 22,5% |
De 181 a 360 dias | Alíquota de 20% |
De 361 a 720 dias | Alíquota de 17,5% |
Acima de 720 dias | Alíquota de 15% |
Diferentemente do que ocorre com outros investimentos, o imposto de renda, nas duas situações citadas acima, é cobrado não no resgate e sim duas vezes ao ano.
Atualmente essa cobrança é realizada no último dia útil de maio e novembro. A cobrança é realizada pelo administrador do fundo aplicando a menor alíquota aplicada em cada categoria.
Nos fundos de ações há a incidência de uma alíquota única de imposto de renda. Atualmente essa alíquota é de 15% sobre o rendimento, retida na fonte, no momento do resgate.
Perceba que, diferentemente do que ocorre nos fundos de curto e longo prazo, nos fundos de ações a incidência de Imposto de renda é realizada apenas no resgate.
A cobrança de IOF ocorre sobre o rendimento, mas apenas para os resgates realizados em um prazo inferior a 30 dias a contar da aplicação. Dessa forma, em investimentos com prazo superior a 30 dias não há essa cobrança.
A alíquota pode variar de 96% a 0%, dependendo do prazo. Veja a tabela do IOF abaixo:
Nº Dias | Alíquota | | Nº Dias | Alíquota | | Nº Dias | Alíquota |
1 | 96% | | 11 | 63% | | 21 | 30% |
2 | 93% | | 12 | 60% | | 22 | 26% |
3 | 90% | | 13 | 56% | | 23 | 23% |
4 | 86% | | 14 | 53% | | 24 | 20% |
5 | 83% | | 15 | 50% | | 25 | 16% |
6 | 80% | | 16 | 46% | | 26 | 13% |
7 | 76% | | 17 | 43% | | 27 | 10% |
8 | 73% | | 18 | 40% | | 28 | 6% |
1) Os fundos de investimentos, possuem um CNPJ próprio. Dessa forma, os recursos dos investidores são mantidos em uma estrutura diferente do gestor ou do administrador. Caso haja problemas com a gestora ou o administrador do fundo, o dinheiro dos investidores está protegido;
2) É um investimento que conta com a gestão de um profissional, por isso a importância de escolher um fundo de uma gestora conhecida;
3) Possibilidade de diversificação mesmo com pequenos valores. Como os fundos investem em diversos tipos de títulos, seu dinheiro também está investindo com uma certa diversificação;
4) Investimento geralmente pequeno, há fundos com investimento mínimo de R$ 100,00 reais, por exemplo. Assim, você terá acesso a investimentos que não teria sozinho com seus R$ 100,00;
5) Os fundos de previdência permitem a portabilidade, dessa forma, caso não esteja satisfeito com as decisões da gestora do seu fundo, tem a possibilidade de portar seus recursos para um outro fundo.
1) Por se tratar de investimentos em renda variável os lucros são incertos, assim como há a possibilidade de prejuízos momentâneos ou não;
2) O fundo pode ter prejuízos nos seus investimentos, um fundo pode comprar uma ação ou uma moeda como o dólar, acreditando que os preços irão subir e ocorrer justamente o contrário, dando prejuízo ao fundo;
3) Em fundos de títulos de empresa privadas, há o risco de calote por parte da empresa, dando prejuízo ao fundo;
4) Não há a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mesmo em fundo de renda fixa;
5) Risco de liquidez: os investidores podem solicitar resgate do valor investido e o fundo não ter dinheiro para a devolução, pois como o dinheiro fica investido, a depender do tipo de investimento, pode não ter liquidez imediata;
6) As decisões de onde investir ficam a cargo do gestor, assim, será ele que escolherá em quais ações investir, qual moeda investir, e o investidor não terá voz na escolha dos investimentos.
1) Decida se será um fundo aberto ou fechado;
2) Decida se será um fundo de renda fixa ou renda variável;
3) Sendo um fundo de renda fixa, decida se será de títulos públicos ou privados;
4) Sendo um fundo de renda variável, decida se será de ações, cambial, de previdência, multimercado, dentre outros;
5) Procure a lâmina do fundo, esse é um documento com todas as informações essenciais do fundo e de seus investimentos.
6) Quem é o gestor do fundo? É um gestor bem avaliado no mercado? Quais os históricos de rentabilidade do fundo que se pretende investir ou de outros fundos do mesmo gestor?
7) Compare as taxas de administração dos fundos que pretende investir, assim como se há taxa de performance e qual seu percentual;
8) Veja o histórico de rentabilidade do fundo. Apesar da rentabilidade passada não ser garantia da rentabilidade futura, esse indicador lhe dará uma ideia de como tem sido a gestão do fundo até então;
9) Veja o valor mínimo para investimento, você tem esse valor disponível para investir?
10) Veja o prazo de pagamento após o resgate, há fundos de investimentos que estabelecem como regra o pagamento em apenas X dias após o resgate. Muitos fundos possuem prazo de 30, 60 ou 90 dias de pagamento após o investidor solicitar o resgate.
Exemplo: Fundo com prazo de pagamento de D+60 significa que o pagamento será feito ao investidor somente 60 dias depois do dia da solicitação de resgate;
11) É de fundamental importância que o investidor verifique o rating, ou nota de risco da empresa que possui o crédito.
Rating é uma nota atribuída às empresas que representa sua capacidade de honrar suas dívidas. Essa nota é dada por agências de classificação de risco, a exemplo da Moody’s, Standard & Poor’s e Fitch. (Para maiores informações sobre Notas de riscos ou rating, clica aqui)
12) Não analise apenas um indicador, como mostramos acima, o ideal é fazer uma análise mais detalhada de vários indicadores, como os apresentados.
1) É necessário abrir uma conta em uma corretora de valores de sua preferência ou ter uma conta em um banco que oferte esse tipo de investimento, a maioria dos grandes bancos possuem esse investimento;
2) Transferir seus recursos para sua conta na corretora ou para seu banco;
3) Escolher o ou os FIs que pretende comprar, sempre de acordo com o perfil de investidor;
4) Efetuar a compra na corretora ou banco.
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