Como sair das dívidas – Guia Completo
- Dicas sobre finançasNoticias
- 15 de setembro de 2023
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Quitar dívidas ou investir,o que fazer primeiro?
O endividamento das famílias brasileiras deu sinais de queda. Todavia, seu patamar ainda é alto, atingindo 78,1% das famílias. Esses dados são da pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Por que os brasileiros se endividam tanto?
Grande parte da população se endivida por conta de sua renda baixa, sendo necessário empréstimos, uso do cartão de crédito para despesas mais básicas, como alimentação, aluguel, água, luz, dentre outras.
No entanto, há também o endividamento devido a padrões de consumo fora da realidade da renda do consumidor. É o caso das pessoas que gastam mais do que ganham e com itens que não são básicos.
Seja comprando um celular ou roupa da moda, muitas vezes compramos, por impulso, itens que desejamos, mas que não precisamos e que pode nos levar a um cenário de endividamento.
Perfil das dívidas dos brasileiros
Cartão de credito
Sem sombra de dúvidas, o cartão de crédito é uma das dívidas mais comuns dos brasileiros.
O cartão é, em muitos casos, o vilão do endividamento dos brasileiros. O uso desenfreado dessa forma de pagamento tem ajudado a jogar os brasileiros nas listas de negativados, como SPC e o Serasa.
Claro que usar o cartão da forma correta não gera juros e pode até ajudar o fluxo de caixa das famílias. Entretanto, no caso de não pagamento integral da fatura, os juros são bem altos. Juros que chegam a 455% ao ano.
Dessa forma, o problema não é o uso do cartão em si e sim o uso de forma descontrolada da ferramenta. O que pode fazer estragos no orçamento das famílias.
Uma dívida de R$ 1.000,00 no cartão de credito pode chegar a R$ 3.895,98 em apenas 12 meses. Isso caso seu cartão cobre uma taxa de 12% ao mês. Taxa essa que é bem comum no Brasil.
O que ninguém de te sobre os juros do cartão de crédito
1) O pagamento mínimo da fatura é uma grande furada, evite fazer isso a qualquer custo.
2) Em algumas situações é melhor pegar um empréstimo ao invés de ficar pagando o mínimo do cartão todo mês;
3) Cuidado com a “Cláusula Mandato” em alguns cartões de crédito. Diversos cartões de crédito possuem em seu contrato a chamada Clausula Mandato. Essa cláusula dar o poder da administradora do cartão para ser sua procuradora. Assim, a administradora do cartão poderá realizar negociações em seu nome e sem aviso prévio.
Cheque especial
O cheque especial é uma linha de crédito para ser usada apenas no curtíssimo prazo e para emergências. Comprar um produto desejado não é uma emergência, a não que seja remédios e outros itens essenciais.
Esse tipo de credito ainda é muito utilizado pelos brasileiros, e muitas vezes sem conhecimento das altas taxas que incidem sobre o montante utilizado. O cheque especial geralmente possui altas taxas de juros, assim como o cartão de credito.
Devido seu grande potencial destruição do patrimônio das famílias, o cheque especial deve ser usado apenas em casos extremos.
Qual dívida devo pagar primeiro?
No momento de escolher qual dívida pagar primeiro é preciso focar nas dívidas mais caras. Mas, cabe ressaltar que dívida mais cara nem sempre é a dívida com o valor mais alto. Dívida cara, é aquela que possui a maior taxa de juros. Um exemplo são as dívidas com cartões de crédito ou com cheque especial.
Assim, essas são as dívidas que você dever priorizar primeiro. Mesmo que você tenha dívidas com um saldo devedor mais alto, a sua prioridade sempre deve ser a de eliminar as dívidas com as maiores taxas de juros.
Existe dívida boa?
Uma dívida ruim é aquela em que você tem um dispêndio e não aumenta seu patrimônio. Ou seja, não gera nenhuma riqueza para você, sua família ou para seu negócio. Um exemplo são as dívidas de cheque especial e de cartão de crédito em compras do dia a dia.
Neste sentido, uma dívida boa ou aceitável, seria aquela em que há um aumento de seu patrimônio. A exemplo de um financiamento imobiliário ou para um investimentos que te dar lucro e supere os juros pagos na operação.
O que devo fazer para quitar minhas dívidas?
Caso você possua dívidas, a prioridade deve ser sua sobrevivência, depois o pagamento das dívidas. O planejamento financeiro deve ser uma prática constante no seu dia a dia ou de sua empresa.
Ter foco e disciplina é de fundamental importância para você que possui dívidas e está na fase de planejamento e organização para quitação dos seu débitos. Assim você deve:
1) Primeiro passo, é colocar no papel todas as suas dívidas. Saber quanto realmente você deve é de importante;.
2) Segundo, é analisar para onde o seu dinheiro está indo, quais são seus gastos fixos e variáveis;
3) Terceiro, é identificar se você possui algum custo que pode ser cortado. Busque diminuir seus gastos de modo a sobrar algum dinheiro para quitação das dívidas;
4) Seja realista, de nada adianta tentar cortar gastos que você não conseguirá cumprir;
5) Renegocie tudo o que puder, sempre negocie suas dívidas, seja para diminuir o valor ou para diminuir os juros. Negocie sempre. Aproveite o Desenrole Brasil, programa do governo federal para renegociação de dívidas e os programas de renegociação da Serasa;
6) Trocar uma dívida cara por uma mais barata pode ser uma boa alternativa. Assim, se sua dívida for de cartão e crédito, os especialistas recomendam a troca dessa dívida por linhas de crédito de longo prazo, através do parcelamento da dívida, empréstimos consignados, dentre outras alternativas;
7) No caso de antecipação de dívida, analise se realmente há vantagens em fazer isso;
8) Se você possui uma reserva financeira e caiu em dívidas, avalie a possibilidade de resgatar o investimento para quitação da dívida;
9) Quitou suas dívidas? Parabéns, no entanto, ao invés de sair comprando novamente e correr o risco de entrar de novo em empréstimos, é hora de criar uma reserva de emergência, mesmo que pequena;
10) Busque estudar sobre investimentos para escolher as melhores opções para sua reserva financeira e te ajudar a transformar seus sonhos em realidade, como o sonho de ter a casa própria.
Guardar dinheiro para investir ou pagar minhas dividas? O que é melhor?
Se você pretende investir tendo dívidas crescentes precisa repensar sua situação. De nada adianta fazer um investimento mensal se para isso você está usando todo mês o limite do cheque especial ou o rotativo do cartão de crédito.
Se isso estiver acontecendo, você está jogando dinheiro fora. Pois o rendimento que você está recebendo é, com certeza, muito inferior aos juros que está pagando no cartão ou cheque especial.
Uma aplicação em um CDB ou tesouro direto pode lhe render atualmente algo em torno de 10% ao ano. O Cheque especial muitas vezes é de 8% ao mês. Já os juros do rotativo do cartão de crédito pode chegar a 12% ao mês. Ou seja, os bancos e financeiras agradecem se você estiver investindo dinheiro dessa forma.
Para saber mais sobre CDB veja nosso artigo sobre CDB clica aqui.
Exemplo: Suponha que você tenha um CDB que você possui R$ 5.000,00 investido com rendimento mensal de 0,80%. Neste cenário, após um ano você terá R$ 5.501,69.
Por outro lado, digamos que você possui uma dívida no cartão de crédito também no valor de R$ 5.000,00 e você está pensando em fazer o parcelamento.
A taxa de juros desse parcelamento é de 4,5% ao mês. Assim, sua parcela será de R$ 548,33 em 12x e ao final você pagará um total de R$ 6.579,97.
Neste exemplo, a melhor alternativa seria utilizar o investimento para pagar à vista a dívida e juntar todo mês o valor que você pagaria do parcelamento.
Escolhendo essa opção, ao final de 12 meses você não terá dividas e terá acumulado o montante de R$ 6.579,97.
Quanto devo investir por mês?
Não há verdades absolutas sobre quanto devemos investir por mês, mas é consenso entre os especialistas, que as pessoas devem utilizar a regra 50-30-20. Que preconiza que você deve usar 50% de sua renda para seus gastos fixos e básicos, a exemplo de moradia, alimentação, água, luz, internet, gás.
Por essa regra, 30% de sua renda deve ser destinada para manter seu estilo de vida, ou seja, para comprar roupas, seu lazer, restaurantes, dentre outros.
Os 20% restante deve ser utilizado para poupança e investimento. Criando uma reserva financeira para momentos de crise ou até a realização de grandes sonhos, como viagem, troca de carro.
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