As Casas Bahia estão falindo?

As Casas Bahia estão falindo?

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Crise no grupo das Casas Bahia

A VIA (VIIA3), grupo que é dono das Casas Bahia, Ponto Frio, Extra.com, divulgou seu último balanço com um prejuízo de R$ 492 milhões no segundo trimestre de 2022 e uma dívida consolidada de R$ 5,48 bilhões de reais.

Por conta da divulgação do prejuízo no balanço o preço da ação da dona da Casas Bahia, despencou 40% em agosto de 2023.

Com esse resultado, a empresa anunciou plano de restruturação que prevê a redução de até R$ 1 bilhão em estoques ainda em 2023, o fechamento de 100 lojas e demissões em massa nas empresas do grupo.

Plano de restruturação

O plano de restruturação apresentado pela empresa prevê o fechamento de 9% das lojas ainda em 2023, o que gerará o fechamento de mais de 100 lojas, já que atualmente o grupo possui 1.127 lojas.

Segundo o presidente da Via, Renato Horta Franklin, a empresa já começou a reduzir o número de lojas. O fechamento desse número de lojas vai trazer uma economia da ordem de R$ 200 milhões.

O plano prevê ainda o corte de 11% de sua força de trabalho. O que vai gerar demissão imediatas de cerca de 6.000 empregos diretos. Atualmente a empresa possui 40 empregados.

Novos cortes ainda podem ocorrer.

Para diminuir seus estoques a empresa vai deixar de vender diretamente produtos que possuem margem de lucro pequena. Passando para a vender esses produtos por meio de seu marketplace.

A empresa precisa de R$ 500 milhões para seu fluxo de caixa em 2023.

Qual o motivo da crise?

Inflação

Especialistas do mercado financeiro afirmam que a Inflação impactou as vendas do varejo, principalmente as de produtos de linha branca e eletrodomésticos.

As vendas do setor voltaram ao patamar de 2020, de antes da pandemia.

Com a alta dos preços, a renda das famílias perdeu poder de compra, diminuindo assim o consumo dos brasileiros.

Juros altos

Para piorar a situação, a taxa de juros alta prejudica o crédito, dificultando assim as vendas de produtos como TV, geladeira, fogões, computadores, dentre outros.

Outro efeito dos juros altos e o aumento do endividamento da empresa. Quando a SELIC, a taxa básica de juros, estava baixa a Casas Bahia chegou a fazer empréstimos com juros a 2% ao ano. No entanto, a SELIC chegou a 13,75% ao ano, o que aumento o custo dos empréstimos da empresa.

Os contratos de empréstimos da empresa cobram CDI (Certificado de Depósito Interbancário) mais 2,1% de juros ao ano. Como o CDI geralmente fica próximo a Selic, os juros pagos pela empresa são altos em cenário de SELIC alta.

Atualmente a Via paga 15,85% de juros ao ano. Neste cenário, a empresa paga R$ 871 milhões somente de juros de seus empréstimos.

Atualmente a SELIC esta 13,25% ao ano.

Endividamento das famílias

Outro fator que dificulta a recuperação das empresas de varejo e o endividamento das famílias. O endividamento aumento o número de pessoas com o “nome sujo”, impossibilitando assim, liberação de credito para compras no varejo.

Crise de confiança.

A quebra das Americanas gerou uma crise de confiança no mercado sobre o setor varejista, principalmente por parte dos bancos, o que dificulta os empréstimos que as empresas de varejo precisam.

Logo Via Varejo
Logo Via Varejo

O futuro

O mercado tem a perspectiva de novos cortes na taxa básica de juros, que pode ajudar a aquecer o consumo de Natal no varejo.

A queda na Selic, mesmo que a longo prazo, baratear o custo dos empréstimos, o que incentiva o consumo, favorecendo as empresas de varejo, a exemplo das Casas Bahia

Há risco de falência?

O plano de restruturação trará nova expectativa para a empresa. Há uma corrente de especialistas que acreditam que o plano pode a longo prazo salvar a empresa.

No entanto, também há especialistas

É hora de comprar a ação da empresa?

Sempre quando uma ação fica muito barata, muitos investidores acreditam que é o momento de sair as compras.

No entanto, o momento é extremamente delicado para o varejo. Dessa forma, o investidor deve buscar ações de empresas bem geridas que estão em situação financeira melhor.

A empresa pode se recuperar? Sim, claro que pode, todavia, não vale a pena o investidor correr esse risco grande.

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